sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Vamu brincáááááá?????

Vamuuuuu!!!!!!!!! \o/

Ahhhh... a infância! 


Etapa da vida marcada por inúmeros estresses devido a pesadelos baseados em contos macabros (muahahahahaha), pela ansiedade de que seja servido logo o almoço e então ter a permissão de sair na rua jogar aquele futebol maroto com os parceiros da vizinhança, pela depressão em ver aquele seu carrinho com a roda quebrada e receber um não de seus pais ao solicitar por um novo... Eta vida difícil!!!

Afff... que tédio, viu!!!

Esperaaaaa... eu tava só BRINCANDO, viu!!!


Deixe-me explicar... De fato, a infância envolve tais considerações que mencionei acima. Mas claro, não que isso mereça uma atenção para cuidado e acompanhamento profissional! Desde que NÃO sejam condições que afetam o desempenho social, que NÃO causam danos pessoais e/ou que NÃO persistam ou agravem por um período significativo (em torno de 6 meses, mais ou menos)... elas fazem parte do desenvolvimento do infante e exercem muita importância para sua maturação!

Pois bem... antes de continuarmos nossa conversa, gostaria que olhassem ao seguinte vídeo, que mostra um rápido trailer de um belíssimo documentário que acompanha o primeiro ano de vida de quatro crianças de diferentes culturas:


Ainda que acompanhar apenas o trailer não substitua a importância de assistir o documentário como um todo, já dá para ter uma breve noção de que as 4 crianças estão expostas às mais diferentes contingências - demarcadas pela sua limitação física, cultural e social. Estas condições ontogenéticas implicarão em adultos com diferentes habilidades... EIS O PODER DA INTERAÇÃO ORGANISMO-AMBIENTE!

Porém, outro ponto que é possível observar no trailer - e mais ainda no documentário - é um comportamento que, independentemente da cultura, está presente, sobretudo, no repertório infantil: O BRINCAR!!!

Ainda que a vida na sociedade urbana permita que a criança tenha acesso a brinquedos mais sofisticados, logo no início do trailer é possível ver duas crianças, pertencentes a uma tribo africana, moradora de uma longínqua aldeia, brincando com pedaços de madeira e plástico. Além do mais, o comportamento de brincar não exige necessariamente a utilização de um instrumento, como também pode estar envolvido a simulação de uma situação (faz-de-conta) ou, então, a imitação de movimentos.

Indo mais longe do que o vídeo pode elucidar, é possível destacar que o comportamento de brincar também é passível de observação em vários outros filhotes de mamíferos.

Estas informações fortalecem a compreensão de que há, no "brincar" uma raiz evolucionista.

No que tange a relação entre causas próximas e causas últimas, o comportamento de brincar possui um complexo nível de análise, haja vista que é algo pertinente à filogenia mas que encontra sua expressão na ontogenia.

GABRIEL, PAAAAAARE DE FICAR COMPLICANDO!!!

Calma... vou explicar! (oh gente estressada, viu!)

Trocando as palavras, o brincar em si é uma condição presente em todas as crianças no mundo inteiro. As formas de brincar vão depender muito das condições ambientais, isto é, das práticas culturais daquele lugar, bem como as disponibilidades de recursos ali presentes (ontogenia). 

Tudo isso, ao longo da evolução dos mamíferos - sobretudo em nossa linhagem primata - desempenhou um importante papel na evolução, haja vista que por meio da brincadeira o infante ensaia movimentos, simula situações, molda habilidades e resolve problemas, preparando assim um repertório de comportamentos a ser utilizado na vida adulta, auxiliando na identificação de situações de perigo e no enfrentamento de dificuldades (filogenia).

Melhor agora?

Siiiiiiiiiiimmmmmm!!!!!! =D

Ah... que bom!!!

E para que saiba um pouquinho mais sobre o assunto, é válido mencionar que diversas pesquisas demonstram que há diferenças de gênero no comportamento de brincar. Isto é, meninos e meninas costumam ter preferencias distintas quando vão brincar. Elas tendem a enfatizar brincadeiras de cooperação entre companheiros e preferem brincar em grupos pequenos, enquanto eles buscam mais brincadeiras que estabelecem hierarquias e interagem com mais facilidade em grupos maiores.

No faz-de-conta, o tema preferido dos meninos sempre recorre a questões fantásticas e que explorem o vigor físico (como lutas ou encenando um super-herói) em detrimento das meninas que exploram histórias de modo mais sofisticado e cheio de detalhes, como temas dramáticos ou domésticos.

Esta dimensão, ainda que tenha todo um incentivo social que reforçam esteriótipos de o que é coisa de menino e de menina, pode também estar dando pistas acerca da concepção do que espera-se que tais gêneros desempenhem na vida adulta, dada as características necessárias para o convívio adulto de homens e mulheres e seu papel na organização social ao longo da evolução.

Além do mais, brincar é muito divertido, auxilia no desenvolvimento psicomotor, psicossocial e psicoafetivo, contribui para a saúde, para um melhor desempenho cognitivo... enfim, BRINCAR É TUDO DE BOM!!!

E para finalizar, vou deixar aqui meu feliz dia das crianças PARA TODOS NÓS!!! 

Isso mesmo, TODOS NÓS!!! Mas se você acha que já não se enquadra mais dentre as pessoas cujo felicitei com meus votos, SUGIRO UMA RÁPIDA AUDIÇÃO DA SEGUINTE MÚSICA:





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Pessoal, para esse post utilizei-me de informações (artigos) disponibilizados pelo site do NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM DESENVOLVIMENTO INFANTIL (NEPeDI)
Recomendo que visitem o site (clicando no link acima), caso queiram se aprofundar mais no assunto.

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